Estudantes debatem Trabalho Infantil em escolas do Róger e do Varadouro

Cerca de 50 adolescentes participaram de duas rodas de diálogo sobre Trabalho Infantil, realizadas por educadoras da Casa Pequeno Davi (CPD) e da Casa Menina Mulher (CMM), em escolas dos bairros do Varadouro e do Róger, na última quinta-feira (30).

O primeiro debate, que aconteceu no turno da manhã, na biblioteca da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont, contou com a participação de 36 adolescentes da turma do 9° ano. "Começamos discutindo algumas questões como 'o que é, quais as causas e conseqüências' do Trabalho Infantil. A turma participou bastante, colocou suas opiniões e trouxe depoimentos sobre o tema. Foi um momento bastante interativo", avaliou a assistente social da CMM, Adriana de Oliveira, que coordenou a ação. Além de Adriana, a roda de diálogo também teve o apoio de cinco facilitadores especiais: os adolescentes Luís Clayton, Valdenize, Marcela Denise, Luiza Vanessa e Milady.

À tarde, outros 15 adolescentes, que cursam também o 9° ano, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Frei Afonso, discutiram a temática juntamente com as facilitadoras Paula Frassinetti (psicóloga) e Josicleide Santana (assistente social) - ambas da CPD. "Foi muito positivo. Até porque alguns dos participantes, que são ou foram da Casa Pequeno Davi, já estavam sensibilizados em relação à questão do Trabalho Infantil. Outros contribuiram ao falar de suas experiências pessoais com o trabalho doméstico", contou Paula.

Coordenadora do Petir é eleita vice-presidente do CEDCA

A coordenadora do Projeto Erradicação do Trabalho Infantil em Rede (Petir), Rose Veloso, foi eleita como vice-presidente da gestão 2008-2010 do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA-PB), que tem Flávio Barros como presidente reeleito e Cristina Chaves como secretária.

Flávio Barros, Rose Veloso e

Cristina Chaves (da esquerda para a direita).

Compõem o Conselho, durante este novo mandato, representantes das Secretarias Estaduais de Saúde, da Cidadania e Administração Penitenciária, da Segurança e Defesa Social, de Desenvolvimento Humano, e de Educação e Cultura, além da Defensoria Pública do Estado, Assembléia Legislativa e nove entidades. Entre estas últimas destacam-se a Casa Pequeno Davi, a ACNV e a Ação Social da Arquidiocese da Paraíba - Pastoral do Menor, que são as entidades parceiras na execução do Petir.
Para o Projeto, a presença de Rose Veloso nesta administração e das três entidades parceiras como membros do CEDCA é uma importante notícia, já que uma das linhas de ação do Petir é a representação nos espaços decisão no âmbito da proteção à criança e ao adolescente.

Sonhos e imaginação em oficina na CPD

"Era uma vez uma menina, que morava numa pequena comunidade e se chamava Violeta. Ela era muito triste, pois trabalhava, não tinha tempo para brincar e sequer sonhar..." A história da criança que não sonhava foi encenada, através do Teatro de Bonecos, durante uma oficina sobre Trabalho Infantil, idealizada por educadoras da Casa Pequeno Davi. Cerca de cem educandos da CPD, com idades entre 07 e 13 anos, participaram da oficina, realizada no pátio da Casa, nos turnos manhã e tarde.
A garotada usou a imaginação e, com tintas coloridas e papel, entrou no universo da personagem para ajudá-la.

“A gente se surpreendeu com o resultado, pois eles entraram na história, contribuindo para que ela - Violeta - voltasse a sonhar e, para isso, tiveram que buscar os seus próprios sonhos para, através do desenho, ajudar esta outra criança”, conta a educadora Edna Lopes. Segundo ela, a discussão sobre a temática dos sonhos e do Trabalho Infantil foi muito forte, já que os educandos trouxeram exemplos concretos de uma realidade na qual as crianças têm sonhos que mais parecem de adultos.

Os trabalhos estão expostos no pátio da Casa Pequeno Davi

Dia do Professor - os educadores e o Trabalho Infantil

15 de Outubro - Dia do Professor


O Petir homenageia os educadores e educadoras ligados ao Projeto e de todo o Estado, relembrando o tema da campanha da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2008, contra a exploração do trabalho de crianças e adolescentes: "Educação: resposta certa contra o Trabalho Infantil".

Sabemos que, com o Trabalho Infantil, o direito à educação é posto, no mínimo, em segundo plano. Também é consenso dizer que esse quadro só mudará a partir da adoção de políticas públicas que promovam a melhoria da condição social das famílias desses pequenos trabalhadores. Neste contexto, deve ser também prioridade a melhoria das políticas educacionais, sobretudo, no que diz respeito às condições de trabalho dos profissionais em Educação. Assim, uma melhor qualificação, remuneração justa, mais estrutura e segurança nas escolas continuam sendo demandas urgentes dessa categoria, que constitui um agente importante no combate ao Trabalho Infantil, através da conscientização e, muitas vezes, da denúncia.

Parabéns aos bravos educadores que ainda não desistiram dessa luta!

Rodas de Diálogo da Pamen

Se depender do Petir, a rede de discussão sobre o Trabalho Infantil deve crescer ainda mais até o mês de dezembro. Para se ter uma idéia, o Projeto já agendou rodas de diálogo e encontros com famílias, até o mês de dezembro, nas cinco comunidades onde está presente, através da Pastoral do Menor - Mangabeira, Geisel, Grotão, Várzea Nova (Santa Rita) e Bairro do Sesi (Bayeux).

Confira abaixo alguns registros das últimas rodas de diálogo e as datas dos próximos encontros:

Roda de diálogo com famílias na Escola Municipal Berenice Ribeiro (Bayeux)

Adolescentes da Casa da Menina e do Menino (Bayeux) durante oficina sobre Trabalho Infantil

Educadores de Várzea Nova (Santa Rita)

21-10-08 - Rodas de Diálogo com famílias na Escola Municipal Severino Bezerra Cabral - Várzea Nova - Turnos: Manhã e Tarde.
23-10-08 - Rodas de diálogo com familiares na Escola M. Maria Ruth - Geisel - Turnos: Manhã (09h30) e Tarde (15h30)
28-10-08 – Reunião com famílias em Mangabeira, às 14h00.
30-10-08 - Roda de Diálogo com Educadores na Escola M. Tharcilla Barbosa - Grotão - Tarde (16h00)
31-10-08 - Rodas de Diálogo em Mangabeira - Manhã (09h00) e Tarde (14h00)*
06-11-08 - Roda de Diálogo em Mangabeira - (Manhã 09:00h Tarde 14:00h)*
10-12-08 – Reunião com Famílias e avaliação na Casa da Menina e do Menino Bayeux - Noite (19h00)

*Nomes das escolas a confirmar.

Plano Municipal de Combate ao Trabalho Infantil será discutido terça-feira

Instituído pela Lei Ordinária nº 8.316, em setembro de 2007, o "Dia Estadual de Combate ao Trabalho Infantil na Paraíba" é lembrado neste sábado – 11 de outubro. Uma iniciativa importante para o fortalecimento desta luta, em João Pessoa, é a criação do Plano Municipal de Combate ao Trabalho Infantil. Para tratar da elaboração deste documento, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA-JP) realizará uma reunião, na próxima terça-feira (14). Secretários municipais, representantes de fóruns e redes de proteção à criança e ao adolescente foram convidados para participar do encontro, que acontecerá das 14h00 às 18h00, no auditório do CECAPRO, localizado na Avenida Epitácio Pessoa.
A expectativa dos organizadores do evento é que a presença dos titulares das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social (Sedes), de Educação e Cultura (Sedec), de Saúde (SMS) e de Turismo (SETUR) fortaleça a iniciativa, já que esses órgãos são parceiros estratégicos na luta contra o Trabalho Infantil.

"Esperamos poder contar com o apoio de todos para que iniciemos os trabalhos de elaboração do Plano", afirma um dos representantes do Fepeti (Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente) na reunião, Dimas Gomes. De acordo com ele, que é também coordenador administrativo da Casa Pequeno Davi e coordena na entidade o Petir, o Plano sera lançado no dia 12 de junho de 2009, quando é lembrado o "Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil".

Pesquisa com beneficiados do Petir será divulgada nas próximas semanas

O Projeto Erradicação do Trabalho Infantil em Rede (Petir) deverá divulgar, nas próximas semanas, o resultado de uma pesquisa, realizada com crianças e adolescentes integradas às entidades parceiras do projeto - Casa Pequeno Davi, Pastoral do Menor e ACNV (Sapé). O objetivo do levantamento é traçar um perfil dos beneficiados pelo projeto e mostrar o que este público pensa sobre o Trabalho Infantil.

Todos os entrevistados da Casa Pequeno Davi e da Pastoral do Menor estão ligados ao programa federal Peti - na zona urbana de Sapé, cidade onde instalada a ACNV não existe Peti, apesar de o trabalho infantil ser constante nas ruas da cidade. Mesmo assim, a coordenação do Petir acredita que as respostas das crianças e adolescentes incluídas no programa federal representa um recorte importante para a
pesquisa, uma vez que, são pessoas que tiveram a experiência do trabalho precoce e hoje têm a oportunidade de refletir sobre isso.

A partir dessas informações, o Petir pretende traçar também um comparativo com os dados da última PNAD e observar até que ponto a realidade do público-alvo do projeto reflete o quadro nacional do Trabalho Infantil.

Foto: Eduardo Chaves

Etnia e educação

Como nos pensamos etnicamente? Como o educador pode fazer da inclusão étnico-racial uma realidade através de suas atividades?

Estas foram algumas das questões que nortearam o debate entre educadores da Casa Pequeno Davi, na tarde do último dia 1°, durante uma formação sobre o tema "Inclusão étnico-racial, marco legal da educação". A roda de diálogo, cuja facilitadora foi Ana Raquel de Oliveira França, motivou os profissionais a discutirem formas de apresentação do tema, que será trabalhado ao longo do mês de outubro na Casa, através de oficinas e atividades de projetos executados pela entidade como é o caso do Petir.
A questão étnico-racial é um dos temas transversais do projeto, haja vista os altos índices de crianças e adolescentes afro-descendentes que trabalham. Para subsidiar a discussão sobre o recorte "Trabalho infantil e etnia", o projeto deverá analisar ainda esta semana os dados de um levantamento realizado com crianças e adolescentes das três entidades onde é desenvolvido - Casa Pequeno Davi, Pastoral do Menor e ACNV.

Em volta de símbolos da cultura afro, os educadores
revelaram suas experiências com a temática.

Os profissionais revisaram as leis que permitiram a inclusão racial no país e
debateram dados de uma pesquisa (pré-teste) com os educandos sobre etnia.