Em todo o país, 65% das crianças e adolescentes trabalhadores são meninos. Um total de 59,5% dos trabalhadores mirins são pretos ou pardos. A PNAD também confirmou um dado que já parecia óbvio: quanto menor a renda familiar, mais cedo a criança entra no mundo do trabalho. Uma observação sobre o rendimento médio domiciliar mensal, no âmbito do trabalho infantil, demonstrou que entre todas as faixas etárias a que convive em residências com a menor renda média (R$ 189,00) é que tem entre 05 a 09 anos.
Tuesday, September 30, 2008
Quem são as crianças e adolescentes trabalhadores no Brasil?
Monday, September 22, 2008
PNAD 2007: Trabalho infantil diminui, mas jornada de trabalho das crianças aumenta
Da Agência Brasil
Cerca de 300 mil crianças deixaram de trabalhar no ano de 2007, revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (18). Por outro lado, entre os meninos e meninas que não conseguiram deixar o trabalho, a jornada aumentou em cerca de uma hora.
O estudo, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que no ano passado 4,8 milhões de brasileiros com idade entre 5 e 17 anos estavam trabalhando, o que representava cerca de 10,8% das crianças e adolescentes de todo o país nessa faixa etária.
Em relação ao número de horas trabalhadas, a maioria (30,5%) tinha uma jornada semanal de 40 horas ou mais. Em 2006, esse taxa era de 28,6%.
Embora o contingente de trabalhadores com idade entre 5 a 13 anos, proibidos por lei de exercer qualquer tipo de jornada, tenha diminuído 0,5 ponto percentual na passagem de ano, esse grupo integra a faixa que mais teve acréscimo de horas trabalhadas.
De acordo com o economista do IBGE Cimar Azeredo, a redução do trabalho infantil e a saída de pessoas dessa situação, de uma forma geral, pode ter evidenciado uma outra parcela de crianças que trabalharam mais do que as demais.
“O grupo que está reduzindo pode ser daquele que trabalha menos, está fazendo um bico, passando férias e que é mais fácil de ser resgatado, podendo não estar comprometido com o sustento da família, com o mercado”, disse Azeredo.
A Pnad também mostra que, quanto mais nova a criança, maior a chance de estar em atividades agrícolas. Na faixa etária de 5 a 13 anos, 60,7% estão no setor, considerado o mais pesado devido ao manuseio de ferramentas de corte e aos riscos de contato com animais peçonhentos, além do problema da falta de fiscalização.
O economista explica que, além das razões culturais que levam os pais a permitir que os filhos trabalhem, na expectativa de que as crianças aprendam um ofício, há a necessidade de complementar a renda familiar.
Nas casas onde há crianças que trabalham, contando com a sua participação, o valor da renda mensal per capita era de R$ 318 em 2007, enquanto a média do rendimento nos demais lares do país foi estimada em R$ 653 per capita.